ELASTOGRAFIA (US)
HEPATITE
CRÔNICA – AVALIAÇÃO DA FIBROSE HEPÁTICA
- AVALIAÇÃO NÃO INVASIVA COM ARFI / TE -
TE (ELASTOGRAFIA TRANSITÓRIA – FibroScan)
ARFI (ELASTOGRAFIA VIRTUAL (Acoustic Radiation Force
Impulse)
|
Mireen Friedrich-Rust, MD,Katrin Wunder,
MD, Susanne Kriener, MD, Fariba Sotoudeh, Swantje Richter, Joerg Bojunga, Eva
Herrmann, Thierry Poynard, Christoph F. Dietrich, Johannes Vermehren, MD,
Stefan Zeuzem and Christoph Sarrazin.- Radiology volume 252
Finalidade
do estudo:
Comparar, em
um estudo piloto, a ELASTOGRAFIA “ARFI”
(ELASTOGRAFIA COM TOQUE VIRTUAL), com a
ELASTOGRAFIA TRANSITÓRIA – TE e com o marcador sorológico de fibrose para a
avaliação não invasiva da fibrose hepática.
Material e
método:
TE ou Elastografia Transitória: consiste em uma sonda de elasticidade compressiva
ou Fibroscan. Este dispositivo é denominado elastografia transitória
unidimensional, uma técnica que usa tanto US (5MHz), quanto ondas elásticas de
baixa freqüência (50MHz), cuja velocidade de propagação é diretamente
relacionada à elasticidade. O Fibroscan avalia o grau de elasticidade do tecido
hepático pela medida da propagação de uma onda ultrassônica de baixa frequência
através do tecido hepático, que é expressa em quilopascals (KPa).
A Imagem ARFI ou Acoustic Radiation Force Impulse, também denominada Elastografia Virtual, é um dispositivo que incorpora a imagem da
Ultra-Sonografia ao impulso virtual da onda compressiva que se propaga nos
tecidos, a qual permite estimar a elasticidade tecidual e calcular a velocidade
da onda de cisalhamento nos diferentes tecidos pelo deslocamento das ondas
transversais.
Resultados:
Os resultados
da imagem ARFI, TE e marcador sérico de fibrose correlacionaram
significativamente com o estágio histológico da fibrose (p < 0.01).
Velocidades
médias de ARFI variaram de 0.84 a 3.83m/s.
As áreas sob
as curvas operacionais características do receptor para cálculo da acurácia da
imagem ARFI, TE e marcador sérico de fibrose foram, respectivamente, 0.82, 0.84
e 0.82, para diagnóstico de fibrose moderada (estágio histológico de fibrose
≥2) e 0.91, 0.91 e 0.82, respectivamente, para o diagnóstico de cirrose.
Conclusão:
ARFI é um método ultrassonográfico novo e muito promissor na avaliação da
fibrose hepática em hepatite viral crônica, com acurácia diagnóstica comparável
àquela da TE neste estudo preliminar.
A infecção crônica é uma causa de cirrose hepática
e severas sequelas associadas. A estimativa precisa do grau de fibrose hepática
é importante para determinar o prognóstico, o acompanhamento e o tratamento. A
biópsia hepática ainda é o procedimento mais comumente usado como padrão de
referência para avaliar a fibrose hepática. Entretanto, ela é invasiva e
associada a desconforto do paciente e, em raros casos, complicações sérias.
Além disso, a acurácia da biópsia hepática é limitada devido à variabilidade
intra e inter observadores e erros de amostragem. Portanto, pesquisas têm sido
focadas na avaliação de métodos não-invasivos para avaliar fibrose hepática.
Até a presente data, a maioria dos investigadores
estudados avaliaram a Elastografia Transitória (TE), bem como testes marcadores
sorológicos - especificamente o FibroTest ( Biopredictive, Paris, França)
(baseado nos valores de diversos biomarcadores séricos) e nos exames APRI
(aspartate aminotransferase-to-plated ratio índex). O desempenho diagnóstico
entre os pacientes com e sem fibrose significante, medida pela área sob a curva
ROC é considerado estatisticamente maior quando é usada a técnica do Fibroscan
(AUROC 0,943), quando comparados às demais variáveis (p < 0,01) e é
atualmente considerada uma técnica não invasiva e de elevada acurácia na
determinação de fibrose hepática significante e que pode inclusive suplantar a
necessidade de biópsia hepática percutânea.
Elastografia também mostrou melhor desempenho na detecção de fibrose quando
comparado aos vários testes e índices já previamente validados em fígados de
pacientes com hepatite C não transplantados.
Resultados
quantitativos preliminares in vivo indicam que a ARFI pode ser aplicada para o
diagnóstico da fibrose e da cirrose hepáticas.
Nosso
objetivo foi comparar, num estudo piloto, a ARFI integrada a um sistema de US
convencional com a TE e com marcadores sorológicos de fibrose para a avaliação
não invasiva da fibrose hepática.
Imagens:
*Artigo original da Dra. Lucy Kerr
Dr. Paulo Antonio Preto
ECOS DIAGNÓSTICOS
RIO GRANDE – RS